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Elementos químicos presentes nas panelas: qual o impacto na nossa saúde?

Não é novidade que com as panelas revestidas por Teflon, cozinhar se torna muito mais simples e prático.

Por conta do revestimento, as panelas antiaderentes como o próprio nome sugere impedem que o alimento grude em sua superfície. Desta forma, tais panelas são ideais para preparos envolvendo pouca ou quase nenhuma quantidade de gordura, o que também facilita muito na hora de limpar. É importante salientar, que o Teflon trata-se de um polímero sintético (Politetrafluoretileno ou PTFE) e, que o que garante a superfície antiaderente são suas propriedades como hidrofobicidade, resistência a temperaturas elevadas e baixo coeficiente de atrito. Entretanto, mesmo sendo uma grande inovação, essa substância é extremamente tóxica já que é da família dos polímeros fluorados.


No filme “O Preço da Verdade” é possível compreender quão perigoso é o Teflon. Protagonizado pelos atores Mark Ruffalo e Anne Hathaway, baseado em fatos reais, a trama retrata a história do advogado de defesa ambiental Rob Billot (Mark Ruffalo) que arrisca tudo ao descobrir segredos e crimes ambientais da empresa Dupont e decide levá-los à julgamento. Tudo começa quando Rob é procurado por um fazendeiro de Parkersburg (West Virginia) que está com sérios prejuízos.

(Imagens do filme)


Ele relata que suas vacas estavam agindo de maneira estranha, que mais de 150 delas já haviam morrido e que o motivo era os resíduos tóxicos descartados no rio e no solo da região por uma fábrica. Comovido com a situação do agricultor, Rob investiga a fundo e descobre que a Dupont é a responsável pelo descarte incorreto de uma substância extremamente tóxica chamada PFOA (ácido perfluorooctanóico), polímero sintético utilizado pela indústria para dar estabilidade ao processo de formação do Teflon. Testes realizados em ratos demonstraram que a nova substância causava câncer mas, mesmo tendo ciência desse risco a empresa não parou a linha de produção do Teflon e, com isso, inúmeros trabalhadores adoeceram adquirindo doenças graves como tumores. Além disso, com a contaminação do rio Ohio e do ar, milhares de pessoas ficaram feridas, muitas desenvolveram câncer, doença de tireóide e colite ulcerativa (doença inflamatória intestinal), isso sem contar na contaminação pelo Teflon presente nas frigideiras e outros utensílios comuns do dia-a-dia, já que quando aquecido em altas temperaturas diversos gases tóxicos são liberados.

(Elementos químicos podem migrar da panela para os alimentos)


Sem um final feliz, a luta judicial contra a Dupont se estende por muitos anos, o que nos faz questionar a respeito dos produtos que chegam até nossas casas: será que são realmente seguros e não oferecem risco à saúde?

Contudo, vale ressaltar que apenas em 2015 a Dupont deixou de utilizar PFOA na produção do Teflon, substituindo o polímero pelo óxido hexafluoropropileno dímero.

Neste texto, iremos falar também sobre como a migração de metais das panelas para os alimentos podem fazer bem ou mal à saúde.


Tipos de panelas e como ocorre a migração de elementos químicos


Atualmente, diversos tipos de panelas estão disponíveis no mercado. Muitos não sabem, mas, existe um tipo de panela mais indicado para cada receita.

Fatores como a acidez dos alimentos, tempo de cocção, temperatura e choques mecânicos influenciam na migração de elementos químicos das panelas para os alimentos, o que pode ser interessante para a nossa saúde ou, prejudicial dependendo da quantidade e do elemento.


Nas panelas de ferro fundido, por exemplo, ao cozinhar alimentos como tomate, feijão e alguns legumes, há uma migração maior de metais, isso ocorre porque a acidez desses alimentos provoca reações com o ferro presente nas panelas. Além disso, quanto mais utilizada, maior é a migração de ferro, o que é muito interessante já que este é um elemento essencial para a manutenção do nosso organismo.

(Panela de ferro fundido)


Por outro lado, as panelas de cobre sem revestimento em estanho ou aço inox pode ser um grande perigo para a saúde. Ao migrar para o alimento, este metal pode se acumular no organismo. A intoxicação por cobre pode causar dores abdominais, náuseas e, no pior dos casos, transtornos no funcionamento dos rins e fígado. Dessa forma, aconselha-se evitar cozinhar alimentos muito ácidos neste tipo de panela.

As panelas de aço inoxidável por sua vez, são constituídas por ferro, cromo, níquel e, em pequenas quantidades, cobre e manganês. A migração de cromo e ferro pode ser benéfica desde que ocorra em quantidades adequadas, enquanto, a migração de níquel mesmo que pequena, pode favorecer o desenvolvimento de alergias e distúrbios renais e hepáticos.

Portanto, o preparo de alimentos em panelas de aço inoxidável não é aconselhado para pessoas sensíveis ao níquel.


Panelas de barro que não são de boa qualidade podem conter metais como chumbo, cádmio e níquel que se acumulados nos organismos podem causar sérios problemas de saúde.

(Panelas de alumínio)


Nas panelas de alumínio, a migração do metal para os alimentos corresponde a menos de 2% do limite máximo de ingestão diária. Vale ressaltar, que quanto mais nova a panela, maior é a migração, sendo assim, ao comprar uma panela nova, aconselha-se que seja fervida com água de 3 a 4 vezes antes do uso. Por outro lado, a panela de alumínio não é indicada para pessoas que tenham insuficiência renal já que os rins não são capazes de eliminar o metal absorvido todos os dias. É importante salientar, que não é aconselhado armazenar alimentos já prontos em panelas por muito tempo uma vez que o tempo de contato do alimento com a panela aumenta a migração.


Como determinar a migração de metais das panelas para os alimentos?


Por conta de sua característica multielementar, a determinação e quantificação da migração de metais das panelas para os alimentos é realizada através da técnica de espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). Nesta técnica, o plasma em altas temperaturas (cerca de 10000 K) é utilizado com o intuito de excitar os átomos que emitirão os fótons de luz de comprimento de onda característicos de cada elemento. Vale ressaltar, que a concentração dos elementos na amostra está relacionada à quantidade de fótons emitidos.


Em virtude dos fatos mencionados, e sabendo-se que existem panelas de baixa qualidade contendo elementos tóxicos ao organismo, torna-se claro a importância de realizar métodos que determinem e quantifiquem a migração de metais das panelas para os alimentos a fim de garantir que a mesma não ofereça risco algum à saúde de quem as utiliza diariamente. Entre em contato conosco para mais informações!
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